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Ausência

Hei de edificar a vasta vida

que mesmo agora é teu espelho:

toda manhã hei de reconstruí-la.

Desde que te afastaste,

tantos lugares se tornaram inúteis

e sem sentido, como

luzes no dia.

Tardes que foram nicho de tua imagem,

músicas em que sempre me esperavas,

palavras daquele tempo,

eu hei de quebrá-las com minhas mãos.

Em que profundezas esconderei minha alma

para que não enxergue a tua ausência

que como um sol terrível, sem ocaso, brilha definitiva e impiedosa?

Tua ausência me cerca

como a corda no pescoço.

O mar em que naufrago.

Published by Claudia Nuñes

One comment on “Ausência”

  1. RuByRoCk says:

    Alguém diria que o suicídio, devolveria a liberdade ao ausente. Quem sabe simulando o suicídio do ausente a luz volte a iluminar o dia.

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